quinta-feira, 14 de agosto de 2008

César Cielo Filho

Todos sempre falaram de Thiago Pereira. Talvez, por ter melhores relações com a CBDA e não se negar a ser o "garoto propaganda" das iniciativas da instituição, como a permanência dos nadadores brasileiros no país. Isso, pois, de alguma forma, eles julgavam que poderiam demonstrar nos Jogos que a natação brasileira tem estrutura e um bom trabalho para atletas de alto desempenho, instaurado no país.

Distante disso está o atleta que não fala muito e de quem não se fala muito. Logicamente, no último ano, a mídia em torno de César Cielo aumentou. Os resultados obtidos por ele no Pan-2007, no Rio de Janeiro, impressionaram quem assitiu porque as marcas alcançadas eram proporcionais às de atletas que competiam internacionalmente. Até então, o menino de Santa Bárbara, interior de São Paulo, era um desconhecido.

Mais técnico e ciente da sua capacidade, Cielo desempenhou um bom papel nas provas que nadou e ainda contou com a sorte ao se classificar para a final dos 100m livre nos Jogos Olímpicos de Pequim na oitava e última vaga. Ao fim, um prêmio.

A quarta medalha de bronze do Brasil. A primeira no Cubo d'Água. César conquistou uma medalha individual para a natação brasileira após 12 anos. As últimas foram com os antológicos Gustavo Borges, prata nos 200m livre e bronze nos 100m, e Fernando Scherer, bronze nos 50m livre. Esta última, prova que Cielo também vai nadar nesses Jogos e precisará de um pouco mais de sorte do que dessa vez.

Enfim, devemos valorizar o trabalho desse menino do interior de São Paulo, que buscou nos pais a base para estudar e treinar nos EUA para se preparar da forma adequada às provas que disputaria.

47.67, novo recorde sul-americano. E a primeira medalha da natação brasileira em Pequim.
Acredito em Pereira. Mas, essa é a vez de César Cielo.


p.s.: aproveitemos a oportunidade para pensar sobre como as políticas esportivas, sejam elas públicas ou privadas, são desenvolvidas no país. Direcionadas a atletas de alto rendimento, elas excluem as categorias de base e abrem uma lacuna na possível formação de grandes atletas. A esses resta duas oportunidades. A descoberta por um grande clube que possa financiar o seu crescimento da base ao profissional, caso de Thiago Pereira. Ou a boa vontade, leia-se boa condição financeira, da família para "paitrocinar" o futuro esportista em outro país.

Se o Brasil quer sediar uma olímpiada, construir ginásios, estádios e instalações deve ser um projeto secundário. No esporte, temos que primeiramente desempenhar um bom papel, apresentar que nesse país há o interesse em descobrir talentos...

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