Já que está todo mundo na vibe do número oito, vou entrar nela também. Mas prefiro falar de outras coisas que não palpites/expectativas paras as olimpíadas. Isso já vai ter muito aqui, com esses dois meninos. Queria então só falar oito coisas relacionadas (umas mais, outras menos) com as olimpíadas. Oito indagações, comentários, curiosidades, pensamentos que tive enquanto acompanhava a preparação e esse início dos Jogos Olímpicos.
1) Há mais jornalistas que atletas em Pequim. Sério. De acordo com Tiago Cirqueira, enciclopédia da rádio UFMG Educativa, só veículos de comunicação, são 21 mil. Ainda de acordo com a enciclopédia, que diz que leu no Jornal O Tempo, são 40 mil jornalistas cobrindo a edição 2008 das olimpíadas. Olha como o mundo tá errado: apesar desse taaaanto de jornalista, quando quis ver hóquei na grama ontem à noite, não estava passando!! De que adianta esse mundo de gente se fica todo mundo cobrindo as mesmas coisas?
2) Por que tantos brasileiros jogam pela Geórgia? Eu acho que nunca tinha ouvido falar desse país antes de assistir jogos em que brasileiros defendiam essa nação. Agora, com o conflito da Georgia com a Rússia por causa de um território chamado Ossétia do Sul, todo mundo sabe da existência do pequeno país fronteiriço entre Europa e Ásia. Mas antes, necas. E então? De onde a Geórgia tirou a idéia de "pegar emprestados" nossos atletas? E ela tem tantos atletas de outros países como tem do Brasil?
3) Feitas devidamente as apresentações da Geórgia e sua região-conflito, Ossétia do Sul, é interessante falar do que aconteceu no pódio do tiro esportivo, na madrugada de ontem para hoje. Numa dessas coincidências da vida, ficaram em segundo e terceiro lugares na disputa da pistola de ar 10m feminina a russa Natalia Paderina, que levou a prata, e Nino Salukvadze, da Geórgia, dona do bronze. Não sei se política e esporte devem se misturar, e se olimpíada é lugar de luta política. O que sei é que isso acontece, e a delegação da Geórgia quase deixou os Jogos para defender seu país numa possível guerra contra a Rússia. Além disso, Natáia Paderina não foi aplaudida ao ganhar sua medalha de prata. Apesar disso tudo, a russa e a georgiana se cumprimentaram no pódio. O que isso significa? Encenação? Manifestação pública de "pedido de paz"? Será que atletas de países envolvidos em conflitos políticos devem se manifestar e tomar posição a respeito das escolhas políticas de seus países? Lembrando que comentários e respostas para as minhas perguntas são muito bem-vindos. :-)
4) E ainda sobre países random, tipo Geórgia: a gente nunca atina para quantos países existem nesse mundo. Fala verdade...a gente não lembra da Libéria, Malawi, Palau, Quirguistão e Tadjiquistão durante vários anos e, de repente, lá estão eles nas olimpíadas. Alguns com apenas um representante (que assim dá a sorte de nem ter que concorrer com outros atletas pela função de carregar a bandeira de seu país), outros com mais...mas sempre com um ar de país que não existe. Lembrei da minha prima que, ontem, numa conversa em que alguém citou Zimbábue (não me pergunte por quê), afirmou, convicta, que esse país tinha sido inventado. "Zimbábue". Onde já se viu? Só nas olimpíadas.
5) Nessas épocas de olimpíadas, fiquei pensando a respeito do meu desejo há muito perdido de ser atleta. Já sei o que praticaria se eu fosse atleta olímpica: ginástica artística ou levantamento de peso. O que os dois têm em comum? Competidores baixinhos. E eu, como uma baixinha assumida (não assumir seria difícil, né), tenho que admitir que minha única chance de medalha nos Jogos seria competir por um desses esportes. Nem o handebol me salvou: a jogadora mais baixa da nossa seleção, a Pará, tem 1,60m. Ainda bem que superei minha fase "quero-ser-atleta" cedo.
6) A China já tem, até agora, ou seja, em três dias de competição, mais medalhas de ouro do que o Brasil teve em qualquer edição dos Jogos Olímpicos. Tá certo que eles têm gente que não acaba mais, mas o Brasil tem algum problema. A gente tem atletas nas olimpíadas em esportes tipo "tiro com arco", nada a ver com nada, e ainda somos bem fortes em algumas modalidades e, mesmo assim, arrancaremos no máximo umas 5 medalhas de ouro em Pequim. Por quê? Eu sempre acho que o Brasil tá bombando nos esportes, até compará-lo com outros países durante os Jogos. Ah se eu fosse alta e pudesse jogar qualquer esporte...
7) Todo mundo que me conhece sabe que eu adoro handebol. Já joguei, no colégio, e assisto sempre que posso. Então, recomendo a todos que acompanhem o handebol nas olimpíadas. Claro que as favoritas são as mesmas equipes de sempre: alemanha, frança, hungria, etc. Mas os jogos entre essas seleções vão ser (como sempre) muito bons: bonitas jogadas, bastante porrada e muitos gols. Além disso, tem o Brasil, né. Acho que tanto o masculino quanto o feminino estão melhores que em Atenas, mas mesmo assim, não devem ficar entre os três mais bem colocados. De qualquer jeito, já houve evolução, e isso é bom. Eu, pelo menos, vou assistir e torcer. Hoje, por exemplo, tem Brasil e Hungria feminino às 23h45. Osso, mas legal de ver. Mas esse papo à la comentarista esportiva foi enrolação para falar do que é verdadeiramente importante: a seleção masculina da Espanha. NU!! Eles são muito gatos! Meninas de todo o Brasil, amantes ou não dos esportes, assistam jogos da Espanha. Ontem teve Espanha e Croácia...ou seja, quem não viu, já perdeu um. Fiquem espertas para as próximas partidas e esperemos que a Espanha chegue na final, pois assim ela joga mais, e poderemos, então, analisar melhor a "performance" do time.
8) Já que mencionei rapidamente o quesito beleza no item acima, tenho que desenvolvê-lo melhor: as olimpíadas estão cheias de atletas bonitos. Grande homenagem aos deuses gregos que deram origem a esse evento. Aqui no mundo dos esportes (e não de entidades religiosas), há os deuses de sempre, como Ana Ivanovic, Lleyton Hewitt, Yelena Isinbayeva, etc. Mas além das figurinhas carimbadas, percebi também seleções inteiras bastante bonitas. A exemplo da seleção espanhola masculina de handebol, recomendo também a italiana (de qualquer coisa, mas principalmente a de vôlei...e ambas a masculina e a feminina). Acho que a seleção feminina argentina de hóquei na grama também é bem bonita. Pelo menos as atletas que eu vi em fotos (porque, como já disse, não consigo assistir hóquei na grama na TV.) Rodrigo Castro, nadador, é, na minha opinião, o brasileiro mais bonito da competição. Quais são os seus preferidos?Enfim...teremos muito o que admirar nesses Jogos além de jogadas, estratégias, medalhas. Não desmerecendo essas coisas, afinal, elas são "o" motivo para a existência de olimpíadas. Mas já que os Jogos estão aí mesmo...é importante ver que esporte não é só papo técnico. Ele também vive de comentários random...
domingo, 10 de agosto de 2008
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2 comentários:
Sobre o comentário nº 6, eu gostaria de lembrar que o Brasil não adquire muitas medalhas nas olimpíadas porque no início, os esportes eram somentes individuais. Hoje o quadro é diferente, mas ainda há uma predominancia dos jogos em que se compete apenas um jogador. O Brasil, como pode-se perceber, é muito mais forte em jogos coletivos, como o futebol e o volei. Ou seja, não é que o Brasil seja ruim em esportes, mas apenas tem a desvantagem de trabalhar melhor em equipe.
Sobre o comentário nº 6, eu gostaria de lembrar que o Brasil não adquire muitas medalhas nas olimpíadas porque no início, os esportes eram somentes individuais. Hoje o quadro é diferente, mas ainda há uma predominancia dos jogos em que se compete apenas um jogador. O Brasil, como pode-se perceber, é muito mais forte em jogos coletivos, como o futebol e o volei. Ou seja, não é que o Brasil seja ruim em esportes, mas apenas tem a desvantagem de trabalhar melhor em equipe.
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